Com o baixo nível de tecnologia ao ser comparado aos países
desenvolvidos, e com o grande atraso no qual o Brasil se encontra, a grande solução
centra-se em engenheiros com boa qualificação. Milhares de pessoas ingressam
nas faculdades todos os anos, mas números indicam que menos de 50% dos
ingressantes em cursos de especialização em engenharia está também nos números
de concluintes, o que preocupa e influencia diretamente no crescimento do país.
O curso de engenharia em si não é fácil, todos, estudantes ou
não, sabem disso. Por tal motivo é necessário que tenha à disposição um tempo
maior para dedicar-se, além de um nível básico de conhecimentos. É preocupante
ver que nada menos do que 57,4% dos alunos desistem de terminar o que
iniciaram. Muitos mudam para Administração, direito, e outras matérias que não
sejam baseadas em tantos cálculos ainda no segundo ou terceiro períodos. Uma
saída precoce, tendo em vista que nem mesmo as matérias específicas foram
cursadas.
Não precisa pesquisar muito para chegar à conclusão de que há um
enorme e profundo abismo entre a educação básica e superior brasileiras. Os
alunos chegam sem base alguma para pegar, de cara, as matérias de
aprofundamento, como cálculo e física. Algumas faculdades ainda oferecem as
disciplinas introdutórias de pré-cálculo e pré-física, mas mesmo assim há um
grande desnível, atingindo também um alto índice de reprovação em tais matérias.
Um professor da faculdade de engenharia Franklin W. Olin,
chamado Richard K. Miller, apresentou uma possível solução para os problemas
com formação em matemática: ”Matemática pode ser frustrante. Você começa a
trabalhar em um problema e para em uma dificuldade. Se você tem uma pequena
equipe, quando encontrar uma dificuldade, você pode ultrapassá-la.” Sim, o
grupo de estudos é uma ótima forma de superar dificuldades.
Porém, esse abismo não é o único problema. As universidades
privadas de qualidade mínima exigida pelo MEC tem valores altíssimos para os
cursos de engenharia, e alguns dos alunos não têm condição de estar mantendo a
mensalidade sem emprego, o que leva a um regime integral e uma jornada intensa
de trabalho, estudos dentro da faculdade e os estudos em casa, que são
imprescindíveis para o rendimento mínimo esperado de um aluno, não sobrando
tempo para a alternativa encontrada por Miller, por exemplo. O governo tem
sistemas de integração que tornam possível a realização desse sonho, que é ter
um diploma de nível superior, porém as vagas são limitadas e não atendem à
todos os públicos.
Outro motivo é a escolha precoce do curso. Os alunos saem cada
vez mais cedo do ensino médio e tendem a escolher não o que querem, mas o que
acham por causa de influência. Chegando lá e após alguns anos com quedas e
aprendizados, o aluno percebe que não é aquilo que quer e perde novamente
alguns meses, até anos, de sua vida descobrindo e se preparando para mudar
totalmente o rumo de sua profissão.
Há sim casos que fogem as regras e somente aumentam a tese de
que o grande problema está na educação básica: O ITA (Instituto Tecnológico da
Aeronáutica) e o IME (Instituto Militar de Engenharia), duas das melhores
faculdades na área da engenharia no Brasil, computam uma evasão que não
ultrapassa os 5%. Conhecida pelos seus vestibulares com altíssima complexidade,
as duas instituições reúnem os melhores alunos de todo o país, e eles sim estão
preparados para enfrentar grandes desafios.
E você? Vai se deixar abater e fazer parte dos desistentes ou
fará de tudo para entrar no seleto grupo de Engenheiros do Futuro do Brasil? O
mercado está à todo vapor, vão perder essa chance?
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